Bom, fiquei muito tempo sem escrever nada por aqui, e achei legal deixar alguma coisa pra "encerrar o ano". Como eu já fiz outra vez, vou deixar um vídeo,dessa vez mais curto, que não é por isso menos impactante.
O nome do vídeo é "Prove it to me", de um grupo chamado One Time Blind. Eles têm um trabalho ótimo fazendo esquetes com temas relevantes no meio cristão. Este vídeo que eu deixo pode parecer um vídeo "de ateus", mas é só prestar atenção e nós veremos como esse vídeo pode ser útil para o nosso crescimento.
É, enfim, um vídeo que eu pretendo ter como base para o meu trabalho nesse ano que já chega. Espero que possamos todos aproveitar o que ele nos oferece, e que Deus nos ensine a viver debaixo da sua graça nesse novo ano, dando o nosso melhor para ele.
P.S.: A legenda não é perfeita, mas dá pra entender ^^'
"O que vos digo às escuras, dizei-o a plena luz; e o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o dos eirados" (Mateus 10.27) "e conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará" (João 8.32)
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
A obra de Deus
É grande e conhecida a questão fé x obras, no que diz respeito à salvação, ao que é preciso para, depois desta vida, viver com Deus. Encontrei, um dia desses, uma passagem que me deu um novo ponto de vista sobre essa questão, e gostaria de escrever um pouco sobre o tema. A passagem:
“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.
Dirigiram-se, pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus?
Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.”
(João 6.27-29)
Jesus disse isso à multidão que o procurara em Cafarnaum, depois do milagre da multiplicação dos pães e peixes; ao que parece, de acordo com o versículo 26, o principal motivo dessa procura foi a possibilidade de ter por perto alguém que nunca deixasse faltar o alimento: “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes.”
O versículo 27 ressalta o que é mais importante para os que amam a Deus: trabalhar para a vida eterna com ele. Essa comida é dada pelo próprio Cristo, confirmado pelo Pai. A resposta de Jesus é clara: devemos trabalhar, e trabalho é obra.
Mas que trabalho é esse? Que obra grande é essa, a que devemos nos dedicar e que nos dará a recompensa da eternidade com Deus? Pergunta semelhante foi feita pela multidão a Jesus. Como começar, o que fazer, o que é fundamental para o trabalho.
“Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” Simplesmente. Este é o fundamento de toda a vida cristã: crer nas palavras e no testemunho de Jesus, em tudo o que ele disse, fez e prometeu. Esta é a obra de Deus que deve ser realizada nas nossas vidas, obra na qual está fundada e firmada a vida eterna.
Parece que tudo se resume ao que é corrente no nosso meio. Mas é sempre bom trazermos de novo temas como este para um melhor esclarecimento. Existem outros versículos que podem ser lidos (ou relidos) e trazer novos pontos de vista, fazendo mudar de opinião ou confirmando a atual.
Enfim, o que eu pude dizer hoje eu disse. Assim que possível, escrevo algumas outras coisas que eu queria dizer sobre o assunto. Espero que o texto possa trazer algo que nos ajude nas nossas vidas.
“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.
Dirigiram-se, pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus?
Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.”
(João 6.27-29)
Jesus disse isso à multidão que o procurara em Cafarnaum, depois do milagre da multiplicação dos pães e peixes; ao que parece, de acordo com o versículo 26, o principal motivo dessa procura foi a possibilidade de ter por perto alguém que nunca deixasse faltar o alimento: “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes.”
O versículo 27 ressalta o que é mais importante para os que amam a Deus: trabalhar para a vida eterna com ele. Essa comida é dada pelo próprio Cristo, confirmado pelo Pai. A resposta de Jesus é clara: devemos trabalhar, e trabalho é obra.
Mas que trabalho é esse? Que obra grande é essa, a que devemos nos dedicar e que nos dará a recompensa da eternidade com Deus? Pergunta semelhante foi feita pela multidão a Jesus. Como começar, o que fazer, o que é fundamental para o trabalho.
“Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” Simplesmente. Este é o fundamento de toda a vida cristã: crer nas palavras e no testemunho de Jesus, em tudo o que ele disse, fez e prometeu. Esta é a obra de Deus que deve ser realizada nas nossas vidas, obra na qual está fundada e firmada a vida eterna.
Parece que tudo se resume ao que é corrente no nosso meio. Mas é sempre bom trazermos de novo temas como este para um melhor esclarecimento. Existem outros versículos que podem ser lidos (ou relidos) e trazer novos pontos de vista, fazendo mudar de opinião ou confirmando a atual.
Enfim, o que eu pude dizer hoje eu disse. Assim que possível, escrevo algumas outras coisas que eu queria dizer sobre o assunto. Espero que o texto possa trazer algo que nos ajude nas nossas vidas.
sábado, 14 de agosto de 2010
"Levantai-vos, vamo-nos daqui" (Parte II)
Foi bom eu ter dividido o texto em duas partes, afinal. Falei com um amigo hoje, e ele me fez ver que, se eu dissesse tudo num texto só, a postagem seria tão extensa que eu mesmo ficaria desanimado pra ler. Além disso, o texto anterior me deixou com algumas perguntas, umas dúvidas, e as respostas só vieram agora há pouco; quer dizer, se eu tivesse escrito tudo ontem, eu não só correria o risco de deixar outras pessoas com as mesmas dúvidas, como também teria uma certa dificuldade pra deixar as respostas que eu encontrei. Enfim, prossigamos.
As principais dúvidas que ficaram ontem foram: Como falar sobre a primeira frase do versículo 31? O que, especificamente, seria o proceder ao qual Jesus se referia? E – a mais complicada delas –, se o príncipe do mundo não influenciava a vida de Jesus, por que Cristo se submeteria a ele? Por que Jesus pararia de falar quando chegasse o inimigo? Com a resposta, eu pude ver que estas perguntas estão intimamente ligadas, e que, ao contrário de uma possível contradição, a fala de Jesus demonstra uma sabedoria tremenda, uma capacidade de prever as dúvidas dos interlocutores e de responder a perguntas antes que elas fossem proferidas.
A resposta para essas perguntas está nos próprios versículos 30 e 31. O “assim procedo” se refere ao fato de Jesus se submeter às autoridades do mundo, mesmo sendo ele o Messias, enviado de Deus; refere-se a ele privar, por um pouco, os seus discípulos da sua companhia, ainda que o motivo fosse a “vinda” de alguém que não decide nada por ele.
Logo em seguida, Jesus explica a finalidade do assim proceder: “para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou”. Como ele mesmo dissera no versículo 15 e no 23 deste capítulo: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” e “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”. Se alguém ama, guarda a palavra do amado. Jesus, por amar o Pai, devia cumprir tudo o que lhe foi ordenado: como um cordeiro, deveria se entregar silenciosamente ao sacrifício. Como disse Paulo:
“pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2.6-8)
E, depois de dito tudo isso, vale ressaltar a última frase do capítulo, que é título desse texto: “Levantai-vos, vamo-nos daqui”. Achei interessante que, embora Jesus não tenha pregado em um lugar somente, essa foi a única vez que eu li uma ordem desse tipo, para que os discípulos se movessem, saíssem de onde estavam. Sim, o mais plausível é que fosse uma ordem casual; mas é curioso que ela tenha sido mantida na Escritura, havendo muitas outras coisas não relatadas neste evangelho (como se ressalta em João 21.25).
Fui levado a pensar, então, que essa era mais do que uma ordem comum. Havia mais nessa frase. Tendo sido consolados, tendo recebido promessas e explicações, tendo visto os exemplos de santidade, obediência, submissão, amor a Deus, os discípulos foram orientados a se levantarem de onde estavam, a saírem. Como o que Jesus disse aos discípulos geralmente também se aplica a nós, seria de se esperar que essa orientação também tivesse a ver com as nossas vidas.
O que me parece é que, depois de devidamente firmados, consolados, suportados e animados, os discípulos deveriam descruzar os braços (ou as pernas) e se mover. O movimento é necessário. Os discípulos, que não estavam de pé, assim deveriam se pôr para que as coisas andassem da maneira certa. Assim com eles como conosco.
Jesus tem muito a nos dizer, certamente. Mas, como discípulos, não devemos simplesmente escutar. A exemplo do que está escrito na carta de Tiago, devemos pôr em prática tudo que aprendemos, sair da posição de inércia em que tendemos a ficar; deixar pra trás o conforto e dar início ao trabalho. Jesus, além do amor e da graça abundantes, deixou promessas, deixou mandamentos, deixou exemplos; pode nos dar muito mais, e certamente dará na medida em que procurarmos. Mas, se amamos a Deus acima de todas as coisas, e a Cristo, devemos cumprir tudo o que ele ordena a cada um: negar a si mesmo, apartar-se do mal, ser santo como ele é, amar ao próximo, (conseqüentemente) pregar o evangelho a toda criatura. E, pra isso, devemos agir. Portanto, amigos, levantemo-nos, vamo-nos daqui.
As principais dúvidas que ficaram ontem foram: Como falar sobre a primeira frase do versículo 31? O que, especificamente, seria o proceder ao qual Jesus se referia? E – a mais complicada delas –, se o príncipe do mundo não influenciava a vida de Jesus, por que Cristo se submeteria a ele? Por que Jesus pararia de falar quando chegasse o inimigo? Com a resposta, eu pude ver que estas perguntas estão intimamente ligadas, e que, ao contrário de uma possível contradição, a fala de Jesus demonstra uma sabedoria tremenda, uma capacidade de prever as dúvidas dos interlocutores e de responder a perguntas antes que elas fossem proferidas.
A resposta para essas perguntas está nos próprios versículos 30 e 31. O “assim procedo” se refere ao fato de Jesus se submeter às autoridades do mundo, mesmo sendo ele o Messias, enviado de Deus; refere-se a ele privar, por um pouco, os seus discípulos da sua companhia, ainda que o motivo fosse a “vinda” de alguém que não decide nada por ele.
Logo em seguida, Jesus explica a finalidade do assim proceder: “para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou”. Como ele mesmo dissera no versículo 15 e no 23 deste capítulo: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” e “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”. Se alguém ama, guarda a palavra do amado. Jesus, por amar o Pai, devia cumprir tudo o que lhe foi ordenado: como um cordeiro, deveria se entregar silenciosamente ao sacrifício. Como disse Paulo:
“pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2.6-8)
E, depois de dito tudo isso, vale ressaltar a última frase do capítulo, que é título desse texto: “Levantai-vos, vamo-nos daqui”. Achei interessante que, embora Jesus não tenha pregado em um lugar somente, essa foi a única vez que eu li uma ordem desse tipo, para que os discípulos se movessem, saíssem de onde estavam. Sim, o mais plausível é que fosse uma ordem casual; mas é curioso que ela tenha sido mantida na Escritura, havendo muitas outras coisas não relatadas neste evangelho (como se ressalta em João 21.25).
Fui levado a pensar, então, que essa era mais do que uma ordem comum. Havia mais nessa frase. Tendo sido consolados, tendo recebido promessas e explicações, tendo visto os exemplos de santidade, obediência, submissão, amor a Deus, os discípulos foram orientados a se levantarem de onde estavam, a saírem. Como o que Jesus disse aos discípulos geralmente também se aplica a nós, seria de se esperar que essa orientação também tivesse a ver com as nossas vidas.
O que me parece é que, depois de devidamente firmados, consolados, suportados e animados, os discípulos deveriam descruzar os braços (ou as pernas) e se mover. O movimento é necessário. Os discípulos, que não estavam de pé, assim deveriam se pôr para que as coisas andassem da maneira certa. Assim com eles como conosco.
Jesus tem muito a nos dizer, certamente. Mas, como discípulos, não devemos simplesmente escutar. A exemplo do que está escrito na carta de Tiago, devemos pôr em prática tudo que aprendemos, sair da posição de inércia em que tendemos a ficar; deixar pra trás o conforto e dar início ao trabalho. Jesus, além do amor e da graça abundantes, deixou promessas, deixou mandamentos, deixou exemplos; pode nos dar muito mais, e certamente dará na medida em que procurarmos. Mas, se amamos a Deus acima de todas as coisas, e a Cristo, devemos cumprir tudo o que ele ordena a cada um: negar a si mesmo, apartar-se do mal, ser santo como ele é, amar ao próximo, (conseqüentemente) pregar o evangelho a toda criatura. E, pra isso, devemos agir. Portanto, amigos, levantemo-nos, vamo-nos daqui.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
"Levantai-vos, vamo-nos daqui" (Parte I)
O capítulo 14 do livro de João é um daqueles textos que têm mais a dizer do que a gente pode perceber na primeira leitura. Neste capítulo temos a tão conhecida frase “Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”; vemos a promessa da vinda do Espírito de Deus (o Consolador); a promessa de que os três (Pai, Filho e Espírito) habitariam em nós, e outras coisas mais. Gostaria, porém, de me ater aos dois últimos versículos dessa passagem:
“Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim;
contudo, assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui.”
João 14.30-31. Depois de tudo o que foi dito neste capítulo, estes versículos poderiam passar sem serem notados. Depois de tudo o que se aprende à primeira vista, talvez se ache que não há "mais nada", que o importante é o "óbvio", talvez a reflexão termine precocemente. Confesso que foi o que aconteceu comigo nas primeiras vezes em que li esses versículos. Mas, como temos um capítulo com 31 versículos, o meu objetivo aqui é comentar alguma coisa sobre esse último trecho.
Como eu acho que o texto ficaria um pouco extenso, vou dividi-lo em duas partes. Nesta primeira postagem, eu vou falar um pouco sobre o versículo 30, e a principal mensagem que ele deixou pra mim; numa segunda postagem, eu falo sobre o outro versículo e tento “fechar” as ideias. Enfim, ao texto.
É preciso voltar um pouco pra entender algumas coisas. Antes de dizer isso que será analisado, Jesus havia “separado” os seus discípulos para a ceia, e falava com eles a respeito de tudo o que já dissera: resumia seus ensinamentos, continuava dando lições e deixando os seus mandamentos. Como numa última conversa, Jesus se despedia, consolando aqueles que o amavam com doces e grandes promessas. E foi nesse contexto, já sabendo do que estava prestes a acontecer, que Jesus disse: “Já não falarei muito convosco”.
Logo em seguida, ele explica: “porque lá vem o príncipe do mundo”. Uma das primeiras perguntas a se fazer: quem é o “príncipe do mundo”? Bom, esta é uma expressão que o próprio Cristo usa dois capítulos adiante: “do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado” (João 16.11). Paulo usa uma expressão parecida em Efésios 2.2: “segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar”. Essas duas passagens e uma pesquisa um pouco mais detalhada permitem concluir que o príncipe deste mundo é Satanás, o Maligno – “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (1 João 5.19).
O que ele quis dizer, então, foi que havia uma missão a ser cumprida, havia um plano a ser realizado, e lá vinha o príncipe do mundo. “... e ele nada tem mim”. Essa simples oração contém muito mais do que se pode absorver numa leitura descuidada. É uma declaração que mostra toda a pureza e a santidade do Salvador, declaração que deve ficar gravada em nosso coração.
Satanás nada tem em Jesus. Nem naquele momento, em que Jesus era homem de carne, como todos nós somos, o príncipe do mundo tinha algo em Cristo: não tinha influência sobre as decisões que ele tomaria, não tinha conselho, domínio, nada. Jesus estava no mundo, mas o mundo não determinava nada: tudo que ele fazia era a vontade de quem o enviou. Isso é a santidade, e esse deve ser o nosso alvo enquanto vivermos aqui.
Ou seja, em um período de três orações, Jesus nos disse muito mais coisas do que se suporia. Disse que separações e negações deveriam ocorrer para que a missão fosse cumprida; alertou para a aproximação do inimigo das almas, coisa que, sabemos os que lutamos, vem acontecendo continuamente (1 Pedro 5.8-9); e nos deu o seu exemplo de santidade, que deve ser seguido por todos os que o amam (1 Pedro 1.15-16, referência em Levítico 11.44-45;19.2).
Devemos buscar viver no mundo essa vida que Jesus vivia, e que só pode se realizar num relacionamento extremamente profundo com Deus, pela graça de Cristo, que nos chamou. É fundamental que estejamos firmes na Palavra de Deus, para entender a vontade do Pai e cumpri-la em nossas vidas; essa é uma busca incessante, árdua e necessária, para que, de glória em glória, sejamos transformados pelo Espírito na imagem do próprio Senhor (2 Coríntios 3.18).
“Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim;
contudo, assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui.”
João 14.30-31. Depois de tudo o que foi dito neste capítulo, estes versículos poderiam passar sem serem notados. Depois de tudo o que se aprende à primeira vista, talvez se ache que não há "mais nada", que o importante é o "óbvio", talvez a reflexão termine precocemente. Confesso que foi o que aconteceu comigo nas primeiras vezes em que li esses versículos. Mas, como temos um capítulo com 31 versículos, o meu objetivo aqui é comentar alguma coisa sobre esse último trecho.
Como eu acho que o texto ficaria um pouco extenso, vou dividi-lo em duas partes. Nesta primeira postagem, eu vou falar um pouco sobre o versículo 30, e a principal mensagem que ele deixou pra mim; numa segunda postagem, eu falo sobre o outro versículo e tento “fechar” as ideias. Enfim, ao texto.
É preciso voltar um pouco pra entender algumas coisas. Antes de dizer isso que será analisado, Jesus havia “separado” os seus discípulos para a ceia, e falava com eles a respeito de tudo o que já dissera: resumia seus ensinamentos, continuava dando lições e deixando os seus mandamentos. Como numa última conversa, Jesus se despedia, consolando aqueles que o amavam com doces e grandes promessas. E foi nesse contexto, já sabendo do que estava prestes a acontecer, que Jesus disse: “Já não falarei muito convosco”.
Logo em seguida, ele explica: “porque lá vem o príncipe do mundo”. Uma das primeiras perguntas a se fazer: quem é o “príncipe do mundo”? Bom, esta é uma expressão que o próprio Cristo usa dois capítulos adiante: “do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado” (João 16.11). Paulo usa uma expressão parecida em Efésios 2.2: “segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar”. Essas duas passagens e uma pesquisa um pouco mais detalhada permitem concluir que o príncipe deste mundo é Satanás, o Maligno – “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (1 João 5.19).
O que ele quis dizer, então, foi que havia uma missão a ser cumprida, havia um plano a ser realizado, e lá vinha o príncipe do mundo. “... e ele nada tem mim”. Essa simples oração contém muito mais do que se pode absorver numa leitura descuidada. É uma declaração que mostra toda a pureza e a santidade do Salvador, declaração que deve ficar gravada em nosso coração.
Satanás nada tem em Jesus. Nem naquele momento, em que Jesus era homem de carne, como todos nós somos, o príncipe do mundo tinha algo em Cristo: não tinha influência sobre as decisões que ele tomaria, não tinha conselho, domínio, nada. Jesus estava no mundo, mas o mundo não determinava nada: tudo que ele fazia era a vontade de quem o enviou. Isso é a santidade, e esse deve ser o nosso alvo enquanto vivermos aqui.
Ou seja, em um período de três orações, Jesus nos disse muito mais coisas do que se suporia. Disse que separações e negações deveriam ocorrer para que a missão fosse cumprida; alertou para a aproximação do inimigo das almas, coisa que, sabemos os que lutamos, vem acontecendo continuamente (1 Pedro 5.8-9); e nos deu o seu exemplo de santidade, que deve ser seguido por todos os que o amam (1 Pedro 1.15-16, referência em Levítico 11.44-45;19.2).
Devemos buscar viver no mundo essa vida que Jesus vivia, e que só pode se realizar num relacionamento extremamente profundo com Deus, pela graça de Cristo, que nos chamou. É fundamental que estejamos firmes na Palavra de Deus, para entender a vontade do Pai e cumpri-la em nossas vidas; essa é uma busca incessante, árdua e necessária, para que, de glória em glória, sejamos transformados pelo Espírito na imagem do próprio Senhor (2 Coríntios 3.18).
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Um diálogo sobre o uso
Uma conversa com Jesus. Uma dessas rotineiras. Aí surgiu uma dúvida:
- Senhor, eu tava pensando... O Senhor quer que as pessoas vejam que eu te sigo, e eu tenho procurado muito isso. Acho que eu encontrei algumas coisas que eu posso fazer.
- Mesmo?
- É. Eu quero conversar contigo, pra ver se as minhas ideias são boas ou não.
- Geralmente as pessoas preferem adivinhar meus pensamentos.
Nessa hora o ego infla. Um sorriso contente (e um tanto soberbo, vale ressaltar) vai se delineando. Jesus parece interessado.
- Bom... Pra começar, acho que eu vou usar uma cruz. Um desses cordões que têm uma cruz, sabe? Claro que sabe, o Senhor sabe tudo... As pessoas vão olhar e perceber logo a cruz, e ver que eu sou cristão. Legal a ideia, né?
Jesus pensativo. (Por que será que ele tá pensando tanto? Ele nem precisa pensar, sabe tudo assim, até antes...)
- Não é suficiente. Muita gente tem usado cruzes por aí, mas a verdade é que isso não quer dizer muita coisa. A cruz virou o que vocês chamam de moda. Tem de tudo que é tipo: dourada, de madeira, de plástico, eu lá, eu não, cruz torta... A verdade é que a cruz vem perdendo o significado que devia ter.
- Ah, é verdade... Mas, sei lá, quer ver uma coisa que pouca gente quer? Ouvir músicas gospel. Eu acho que, a partir de agora, eu só vou escutar louvor. Meu ouvido vai ser santo, não quero mais saber de escutar coisas ruins.
- Bom, se você não quer escutar coisas ruins, existem duas maneiras: ou eu tiro a sua audição, ou eu tiro você do mundo. A grande questão não é o que você escuta, e sim o que você retém. Além disso, não é sempre que você vai poder escutar músicas ou cantar perto dos outros. O silêncio também é agradável, e muitas vezes preferível. Quer dizer, música não é o bastante.
- Poxa... Ah, acho que a Bíblia é o que eu poderia usar quase sempre então... Não faço barulho, ninguém pode me impedir de ler... Posso ler onde for, e todo mundo vai saber que eu sou seu.
- Será? Não que seja ruim você querer aprender mais de mim; mas o que eu quero dizer é que os homens acham que é simplesmente ler e todo o conhecimento vem. Minha Palavra excede o entendimento humano, e só pode ser explicada por mim mesmo. Aliás, você, lendo uma Bíblia sempre no meio de todos, acaba se isolando das outras pessoas, por muitos motivos... Já cheguei a criticar muitos que me honram com os lábios, mas têm o coração longe de mim; e existem pessoas que são assim quando leem a Bíblia, ou cantam, ou falam de mim. Não corra o risco de ser um desses.
- Nossa, bem lembrado... Ainda bem que eu parei pra conversar contigo.
Jesus sorri (pelo menos é o que se imagina). Ainda bem, realmente.
- Ah, sim. Eu poderia começar a usar blusas "Jesus te ama", "Exército de Cristo", "Sorria, Jesus está te filmando" ou coisas do tipo. Ia ser bom, e eu não ia me isolar das pessoas. Posso chegar com um sorrisão, abraçando, me aproximando e crescendo e...
- E aí, no abraço, eu fico ali, no meio, meio esquecido. Como sempre. Aliás, quem tem que crescer sou eu, e não você. Uma camisa é o tipo de coisa que você usa e suja e lava e usa até "ficar feia". Do jeito que você é (e eu sei como você é, porque eu te conheço), você não vai querer ficar o tempo todo usando as mesmas roupas. Sinto muito, mas as blusas não são uma ideia tão boa assim.
Parece que Jesus está ficando um pouco aborrecido. O clima começa a pesar.
- Bom... Desculpa, Senhor. Vou pensar em algo melhor. Ah, é verdade: a minha pele não desbota, não estraga, eu não troco...
Dessa vez Jesus se recusa a dizer qualquer coisa. Se ele soubesse o peso que o silêncio dele tem, quantas coisas esse não falar acaba dizendo... (Ele sabe, e talvez por isso ele escolha se calar.)
Tensão. O que dizer? Parece que nada agrada.
- Ai, Jesus...
- Que bom que do meu nome você se lembra.
Dói. A mente já não produz, parece que os esforços são nulos. E a dor de não agradar.
- Mas eu não sei... Me diz então, Jesus: o que fazer? O que eu ponho, o que eu visto, o que eu uso no meu corpo? Não dá pra adivinhar.
- Demorou a perceber isso...
Espera. As palavras do começo... Não eram pros outros? Crise. Quando foi que as coisas mudaram? Jesus espera pacientemente. O ego murcha. Parece que a tendência humana é única; o eu é o mesmo, sempre parecendo menor do que realmente é. Jesus quer falar; depois do silêncio perturbador, qualquer sinal desses é muito mais sensivelmente percebido.
- O tempo todo você tentou dar a resposta certa a uma pergunta errada. A questão não é você usar algo no seu corpo. Use o seu corpo. Use a sua vida. Em vez de uma cruz leve e fácil no pescoço, tome a sua cruz todo dia, depois de ter negado a sua própria carne, a si mesmo. Crucifixo não: crucifique-se. Seu eu nunca vai deixar você fazer a minha vontade.
Faz sentido.
- Em vez de querer encher o ambiente com notas musicais a meu respeito, encha o seu coração com o meu louvor, com a minha glória. Deixe tudo o que eu sou começar a se manifestar de dentro para fora. Acredite, eu não caibo em você. Eu vou transbordar, e todos ao redor vão perceber que eu sou através de você. Da mesma forma com a minha Palavra: deixe que eu te mostre a beleza inefável de tudo o que eu digo, deixe que eu mesmo te diga o que significam as minhas palavras... É esse o jeito: o ser humano nunca vai me entender pensando por si mesmo. E não se esqueça de que você é um ser humano.
É, pois é.
- Quando você fizer isso, vai aprender a dar o devido valor às coisas. Vai ver que mais importante do que as blusas que você queria usar é o sorrisão cheio do amor que eu te dei para que você possa amar; sorrisão acompanhado de um abraço providencial a alguém que precisa de amor (porque todos precisam do meu amor, quer reconheçam isso, quer não). Vai fazer do seu corpo meu templo, e vai aprender a respeitá-lo em amor a mim e aos outros (porque quem me ama ama ao outro, porque faz a minha vontade), e vai começar a pesar com visão os prós e contras de muitas atitudes à primeira vista bem intencionadas.
Ai, ai... Pausa para reflexão.
Pausa breve, é claro, porque a próxima coisa a se dizer é meio óbvia.
- Difícil... Acho que eu não consigo.
(Nem comentar quanto foi difícil admitir isso também.)
- Nunca foi fácil. Eu que o diga. Mas você não está sozinho.
A vida dói. A verdade dói. E o caminho... Também tem que doer.
- Uma última coisa.
Parece que Jesus quer fechar bem a conversa.
- A grande questão não é você usar: é você ser usado. Antes de eu deixar que você use, você deve deixar que eu te use.
Ele é bom nisso. Timidamente passa pela cabeça a coisa certa a se dizer, afinal.
- Amém.
- Senhor, eu tava pensando... O Senhor quer que as pessoas vejam que eu te sigo, e eu tenho procurado muito isso. Acho que eu encontrei algumas coisas que eu posso fazer.
- Mesmo?
- É. Eu quero conversar contigo, pra ver se as minhas ideias são boas ou não.
- Geralmente as pessoas preferem adivinhar meus pensamentos.
Nessa hora o ego infla. Um sorriso contente (e um tanto soberbo, vale ressaltar) vai se delineando. Jesus parece interessado.
- Bom... Pra começar, acho que eu vou usar uma cruz. Um desses cordões que têm uma cruz, sabe? Claro que sabe, o Senhor sabe tudo... As pessoas vão olhar e perceber logo a cruz, e ver que eu sou cristão. Legal a ideia, né?
Jesus pensativo. (Por que será que ele tá pensando tanto? Ele nem precisa pensar, sabe tudo assim, até antes...)
- Não é suficiente. Muita gente tem usado cruzes por aí, mas a verdade é que isso não quer dizer muita coisa. A cruz virou o que vocês chamam de moda. Tem de tudo que é tipo: dourada, de madeira, de plástico, eu lá, eu não, cruz torta... A verdade é que a cruz vem perdendo o significado que devia ter.
- Ah, é verdade... Mas, sei lá, quer ver uma coisa que pouca gente quer? Ouvir músicas gospel. Eu acho que, a partir de agora, eu só vou escutar louvor. Meu ouvido vai ser santo, não quero mais saber de escutar coisas ruins.
- Bom, se você não quer escutar coisas ruins, existem duas maneiras: ou eu tiro a sua audição, ou eu tiro você do mundo. A grande questão não é o que você escuta, e sim o que você retém. Além disso, não é sempre que você vai poder escutar músicas ou cantar perto dos outros. O silêncio também é agradável, e muitas vezes preferível. Quer dizer, música não é o bastante.
- Poxa... Ah, acho que a Bíblia é o que eu poderia usar quase sempre então... Não faço barulho, ninguém pode me impedir de ler... Posso ler onde for, e todo mundo vai saber que eu sou seu.
- Será? Não que seja ruim você querer aprender mais de mim; mas o que eu quero dizer é que os homens acham que é simplesmente ler e todo o conhecimento vem. Minha Palavra excede o entendimento humano, e só pode ser explicada por mim mesmo. Aliás, você, lendo uma Bíblia sempre no meio de todos, acaba se isolando das outras pessoas, por muitos motivos... Já cheguei a criticar muitos que me honram com os lábios, mas têm o coração longe de mim; e existem pessoas que são assim quando leem a Bíblia, ou cantam, ou falam de mim. Não corra o risco de ser um desses.
- Nossa, bem lembrado... Ainda bem que eu parei pra conversar contigo.
Jesus sorri (pelo menos é o que se imagina). Ainda bem, realmente.
- Ah, sim. Eu poderia começar a usar blusas "Jesus te ama", "Exército de Cristo", "Sorria, Jesus está te filmando" ou coisas do tipo. Ia ser bom, e eu não ia me isolar das pessoas. Posso chegar com um sorrisão, abraçando, me aproximando e crescendo e...
- E aí, no abraço, eu fico ali, no meio, meio esquecido. Como sempre. Aliás, quem tem que crescer sou eu, e não você. Uma camisa é o tipo de coisa que você usa e suja e lava e usa até "ficar feia". Do jeito que você é (e eu sei como você é, porque eu te conheço), você não vai querer ficar o tempo todo usando as mesmas roupas. Sinto muito, mas as blusas não são uma ideia tão boa assim.
Parece que Jesus está ficando um pouco aborrecido. O clima começa a pesar.
- Bom... Desculpa, Senhor. Vou pensar em algo melhor. Ah, é verdade: a minha pele não desbota, não estraga, eu não troco...
Dessa vez Jesus se recusa a dizer qualquer coisa. Se ele soubesse o peso que o silêncio dele tem, quantas coisas esse não falar acaba dizendo... (Ele sabe, e talvez por isso ele escolha se calar.)
Tensão. O que dizer? Parece que nada agrada.
- Ai, Jesus...
- Que bom que do meu nome você se lembra.
Dói. A mente já não produz, parece que os esforços são nulos. E a dor de não agradar.
- Mas eu não sei... Me diz então, Jesus: o que fazer? O que eu ponho, o que eu visto, o que eu uso no meu corpo? Não dá pra adivinhar.
- Demorou a perceber isso...
Espera. As palavras do começo... Não eram pros outros? Crise. Quando foi que as coisas mudaram? Jesus espera pacientemente. O ego murcha. Parece que a tendência humana é única; o eu é o mesmo, sempre parecendo menor do que realmente é. Jesus quer falar; depois do silêncio perturbador, qualquer sinal desses é muito mais sensivelmente percebido.
- O tempo todo você tentou dar a resposta certa a uma pergunta errada. A questão não é você usar algo no seu corpo. Use o seu corpo. Use a sua vida. Em vez de uma cruz leve e fácil no pescoço, tome a sua cruz todo dia, depois de ter negado a sua própria carne, a si mesmo. Crucifixo não: crucifique-se. Seu eu nunca vai deixar você fazer a minha vontade.
Faz sentido.
- Em vez de querer encher o ambiente com notas musicais a meu respeito, encha o seu coração com o meu louvor, com a minha glória. Deixe tudo o que eu sou começar a se manifestar de dentro para fora. Acredite, eu não caibo em você. Eu vou transbordar, e todos ao redor vão perceber que eu sou através de você. Da mesma forma com a minha Palavra: deixe que eu te mostre a beleza inefável de tudo o que eu digo, deixe que eu mesmo te diga o que significam as minhas palavras... É esse o jeito: o ser humano nunca vai me entender pensando por si mesmo. E não se esqueça de que você é um ser humano.
É, pois é.
- Quando você fizer isso, vai aprender a dar o devido valor às coisas. Vai ver que mais importante do que as blusas que você queria usar é o sorrisão cheio do amor que eu te dei para que você possa amar; sorrisão acompanhado de um abraço providencial a alguém que precisa de amor (porque todos precisam do meu amor, quer reconheçam isso, quer não). Vai fazer do seu corpo meu templo, e vai aprender a respeitá-lo em amor a mim e aos outros (porque quem me ama ama ao outro, porque faz a minha vontade), e vai começar a pesar com visão os prós e contras de muitas atitudes à primeira vista bem intencionadas.
Ai, ai... Pausa para reflexão.
Pausa breve, é claro, porque a próxima coisa a se dizer é meio óbvia.
- Difícil... Acho que eu não consigo.
(Nem comentar quanto foi difícil admitir isso também.)
- Nunca foi fácil. Eu que o diga. Mas você não está sozinho.
A vida dói. A verdade dói. E o caminho... Também tem que doer.
- Uma última coisa.
Parece que Jesus quer fechar bem a conversa.
- A grande questão não é você usar: é você ser usado. Antes de eu deixar que você use, você deve deixar que eu te use.
Ele é bom nisso. Timidamente passa pela cabeça a coisa certa a se dizer, afinal.
- Amém.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
O que precisamos (mas às vezes não queremos) ouvir
Bom, eu não consegui escrever nada pra postar aqui essa semana, então recorro a um vídeo que eu vi agora à noite. É um vídeo grande (muito grande, vocês vão ver), mas eu garanto que qualquer um que esteja disposto a ser transformado por Deus não vai sair o mesmo depois disso.
Algumas considerações a fazer:
* "julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal." (1 aos Tessalonicenses 5.21-22)
* Dedicação às coisas de Deus: por mais que o vídeo seja longo, é bom assistir na calma, sem distrações; a gente acaba perdendo coisas importantes quando não se concentra no que Deus pode dizer.
* Preguiça não é de Deus. É, isso mesmo.
* Valeu mesmo, Paulinho, pelo vídeo certo na hora certa.
Então é isso. Até a próxima!
Algumas considerações a fazer:
* "julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal." (1 aos Tessalonicenses 5.21-22)
* Dedicação às coisas de Deus: por mais que o vídeo seja longo, é bom assistir na calma, sem distrações; a gente acaba perdendo coisas importantes quando não se concentra no que Deus pode dizer.
* Preguiça não é de Deus. É, isso mesmo.
* Valeu mesmo, Paulinho, pelo vídeo certo na hora certa.
Então é isso. Até a próxima!
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Lavagem
Bom, por onde começar? Se eu começasse pelo começo, correria aqui o risco que corri durante uma fase da minha vida: o de me perder em pensamentos, em ideias, em filosofias, nos vários caminhos pelos quais a minha mente por si mesma poderia me levar. Aliás, esse começo pelo qual me recuso a começar é só mais um começo entre muitos outros possíveis; o começo convencional, porque antes dele não se sabe o que havia, se havia... Trevas. O curioso é que, apesar da indecisão, tudo na minha mente me leva ao começo que mais me importa, o que é o melhor começo da minha vida.
Eram trevas? Isso eu não posso dizer; estavam mais pra sombras. Saber, eu até sabia; parecer, eu bem que parecia; mas viver é outra conversa. Viver é uma conversão. Sabe Deus o que foi que aconteceu, e, pra ser sincero, o que me importa é que aconteceu.
O Verbo e sua ação na minha carne, o Verbo mais significativo me transformando, eu deixando de ser objeto do mal, do pecado. Tornei-me um sujeito muito mais paciente, sujeito de orações subordinadas ao Pai do Verbo: “Seja feita a Tua vontade”. Sim, um sujeito livre em consonância com o Verbo. Essa é a grande beleza: nesse período da minha vida eu sou especial, sem precisar ser o centro. Deus e sua poética... Ele é... Tão...
ELE É. Eu poderia dizer muitas coisas querendo falar de Deus, mas Ele é. Não precisa de mais nada. Intransitivo, o mesmo ontem, e hoje, e sempre. Causa, consequência, finalidade, tudo em todos (o que quer que isso queira dizer).
Sem muito que falar. Pra falar eu teria que entender, formular, expressar. Mas esse amor que me envolve, e me preenche, e transborda, esse amor excede todo entendimento. Vai entender... Eu vou é viver. Viver esse amor, mergulhar nesse rio de cabeça, sabendo que a pressão sobre mim vai aumentar quanto mais fundo eu for. Sabendo que nem a profundidade poderá me separar desse amor, amor de Deus, que eu conheço pelo Verbo que me rege, meu Senhor. Sabendo que talvez tudo fique um tanto escuro, que eu simplesmente me mova como um cego. Aí, sim, serei movido. Levado mansamente pelo rio da graça às águas tranquilas. Porque no meu Deus, ah, nele eu confio cegamente... Vai entender, se quiser.
Fé cega? É, depois disso tudo, eu posso dizer que talvez. Fé irracional? Bom, se irracional é tudo aquilo que foge à compreensão medíocre, tudo o que existe independente da falível e ínfima razão humana, então a minha fé tem muito dessa pedra no sapato da soberba humana que é o irracional (ou o irracionável). “Tá louco?” Bem que me disseram que me diriam isso. Fizeram uma lavagem em mim? Ah, isso certamente. Uma lavagem muito bem feita, na fonte de água viva; fui lavado no sangue do Cordeiro de Deus, esse sangue que tirou meus pecados e deixou minhas vestes mais brancas do que neve. E é assim que eu quero ser e ir, até o fim, eu nele, Ele em mim.
Sim, o fim. Não posso terminar por ele, porque ele ainda não chegou (falo do fim convencional, porque não sabemos o que vem depois dele): ainda é só sombra. Digo que não escolhi nenhum daqueles caminhos da minha mente, mas escolhi o Caminho da Verdade à Vida. Termino, então, pelo começo, dizendo que, na verdade, ele não foi simplesmente o melhor começo da minha vida: ele é o começo da minha verdadeira vida. Ele é.
Eram trevas? Isso eu não posso dizer; estavam mais pra sombras. Saber, eu até sabia; parecer, eu bem que parecia; mas viver é outra conversa. Viver é uma conversão. Sabe Deus o que foi que aconteceu, e, pra ser sincero, o que me importa é que aconteceu.
O Verbo e sua ação na minha carne, o Verbo mais significativo me transformando, eu deixando de ser objeto do mal, do pecado. Tornei-me um sujeito muito mais paciente, sujeito de orações subordinadas ao Pai do Verbo: “Seja feita a Tua vontade”. Sim, um sujeito livre em consonância com o Verbo. Essa é a grande beleza: nesse período da minha vida eu sou especial, sem precisar ser o centro. Deus e sua poética... Ele é... Tão...
ELE É. Eu poderia dizer muitas coisas querendo falar de Deus, mas Ele é. Não precisa de mais nada. Intransitivo, o mesmo ontem, e hoje, e sempre. Causa, consequência, finalidade, tudo em todos (o que quer que isso queira dizer).
Sem muito que falar. Pra falar eu teria que entender, formular, expressar. Mas esse amor que me envolve, e me preenche, e transborda, esse amor excede todo entendimento. Vai entender... Eu vou é viver. Viver esse amor, mergulhar nesse rio de cabeça, sabendo que a pressão sobre mim vai aumentar quanto mais fundo eu for. Sabendo que nem a profundidade poderá me separar desse amor, amor de Deus, que eu conheço pelo Verbo que me rege, meu Senhor. Sabendo que talvez tudo fique um tanto escuro, que eu simplesmente me mova como um cego. Aí, sim, serei movido. Levado mansamente pelo rio da graça às águas tranquilas. Porque no meu Deus, ah, nele eu confio cegamente... Vai entender, se quiser.
Fé cega? É, depois disso tudo, eu posso dizer que talvez. Fé irracional? Bom, se irracional é tudo aquilo que foge à compreensão medíocre, tudo o que existe independente da falível e ínfima razão humana, então a minha fé tem muito dessa pedra no sapato da soberba humana que é o irracional (ou o irracionável). “Tá louco?” Bem que me disseram que me diriam isso. Fizeram uma lavagem em mim? Ah, isso certamente. Uma lavagem muito bem feita, na fonte de água viva; fui lavado no sangue do Cordeiro de Deus, esse sangue que tirou meus pecados e deixou minhas vestes mais brancas do que neve. E é assim que eu quero ser e ir, até o fim, eu nele, Ele em mim.
Sim, o fim. Não posso terminar por ele, porque ele ainda não chegou (falo do fim convencional, porque não sabemos o que vem depois dele): ainda é só sombra. Digo que não escolhi nenhum daqueles caminhos da minha mente, mas escolhi o Caminho da Verdade à Vida. Termino, então, pelo começo, dizendo que, na verdade, ele não foi simplesmente o melhor começo da minha vida: ele é o começo da minha verdadeira vida. Ele é.
Assinar:
Postagens (Atom)